Antes que eu planejasse vir ao Japão, eu já conhecia a história de Hachiko.
Confira nosso completíssimo roteiro ao Japão, um guia com dicas sobre as principais cidades e pontos turísticos!
Veja também passeios pra fazer de graça em Tokyo e quanto custa para viajar à terra do sol nascente!
Descubra a melhor época para viajar pra cá e por fim, recomendamos ler tudo o que você precisa saber antes de vir ao Japão sobre vistos, câmbio, hospedagem, transporte local, segurança, barreiras do idioma, etc.
Aliás, o mais famoso cachorro do Japão já teve sua história contada em 3 filmes.
Primeiramente, a versão japonesa de 1925 e depois uma nova filmagem em 1987 (que já assisti e recomendo muito – veja no IMDB).
Hollywood também fez sua versão estrelada por Richard Gere, conhecida por Sempre ao seu Lado.
Assim sendo, uma das coisas que eu mais queria visitar em Tokyo, era a estátua em homenagem à Hachiko localizada no bairro de Shibuya!
Por fim, dizem que traz sorte tocar as patas da estátua de bronze de Hachiko – e elas já até mudaram de cor devido a isso! E eu cumpri o ritual!
Além disso, você sabe que existe uma nova estátua de Hachiko na Universidade de Tokyo?
Importante: Possível endereço temporário em 2020
Por outro lado, a estátua de Hachiko poderá ganhar um endereço temporário em 2020, bem quando ocorrerão as Olimpíadas de Tokyo!
Isso porque há uma grande obra nos arredores da estação de Shibuya, prevista para terminar apenas em 2027!
Ao mesmo tempo que a obra envolve um grande complexo de novos prédios, a praça onde Hachiko encontra-se hoje também será afetada. Confira notícia completa sobre a possível mudança de endereço de Hachiko.
Quem foi Hachiko?
Hachiko nasceu em Odate, numa fazenda próxima à província de Akita, no Japão em 10 de novembro de 1923.
Posteriormente, em 1924, foi enviado a casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio.
Por certo, a história conta de que o professor queria ter um Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cão, batizou-o de Hachi.
Em seguida passou a chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo: Hachiko.
Sobretudo, foi uma espécie de “amor à primeira vista”, pois, se tornariam amigos inseparáveis!
O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem. Como fazia do trem seu meio de transporte diário até o trabalho, Hachiko acompanhava seu dono todas as manhãs. Caminhavam juntos da casa até à estação de Shibuya.
Aliás, Hachiko parecia ter um relógio interno, e sempre por volta das 15 horas retornava à estação para encontrar o professor.
Assim como, Dr Ueno desembarcava as 16 horas e juntos voltavam para casa.
Em 21 de Maio de 1925, o professor Ueno sofreu uma espécie de um AVC durante seu trabalho na faculdade e faleceu.
Hachiko, que na época tinha pouco menos de 2 anos de idade no horário previsto, esperou seu dono pacientemente na estação.
Como resultado, naquele dia a espera durou até a madrugada…
Na noite do velório, Hachiko (que estava no jardim) quebrou as portas de vidro da casa e foi para a sala onde o corpo foi colocado.
Por fim, passou a noite deitado ao lado de seu mestre, recusando a despedida.
Hachiko e sua lealdade
Após sua morte, a esposa do professor deu Hachiko para alguns parentes do que moravam em Asakusa, no leste de Tóquio.
Mas ele fugiu várias vezes e voltou para sua casa em Shibuya.
Um ano se passou e ele ainda não tinha se acostumado à nova casa.
Foi então, dado ao ex-jardineiro da família que conhecia Hachi desde que ele era um filhote.
Mas ele continuava a fugir, aparecendo frequentemente em sua antiga casa.
Depois de certo tempo, aparentemente o cão se deu conta de que o professor Ueno não morava mais ali.
Todos os dias ia até a estação de Shibuya para esperar seu dono voltar do trabalho, como sempre fazia.
Fez isso dia após dia, ano após ano, em meio aos apressados passageiros.
Estes começaram então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
Em 1929, o cão contraiu um caso grave de sarna, que quase o matou.
Devido aos anos passados nas ruas, ele estava magro e com feridas das brigas com outros cães.
Sua aparência miserável, não parecia mais com a criatura orgulhosa e forte que havia sido uma vez.
Um novo suspiro para Hachiko
Um dos alunos do professor Ueno viu o cachorro na estação e o seguiu até a residência dos Kobayashi, onde aprendeu a história da vida de Hachiko.
Coincidentemente o aluno era um pesquisador da raça Akita, e logo após seu encontro com o cão, publicou um censo de Akitas no Japão.
Por certo, na época haviam apenas 30 Akitas puro-sangue restantes no país, incluindo Hachiko da estação de Shibuya.
Ele retornava sempre para visitar o cachorro e por anos publicou artigos sobre a lealdade de Hachiko.
Então, sua história foi enviada para o Asahi Shinbun, um dos principais jornais do país, onde foi publicada em setembro de 1932.
Quando um grande jornal contou a história de Hachiko, todo o povo japonês soube sobre o cão e ele se tornou uma espécie de celebridade, uma sensação nacional.
Sua devoção à memória de seu mestre impressionou o povo japonês e se tornou modelo de dedicação à memória da família.
Pais e professores o usavam como exemplo para educar crianças.
Em 21 de Abril de 1934, uma estátua de bronze de Hachiko (ainda em vida), esculpida pelo renomado escultor Teru Ando, foi erguida em frente ao portão de bilheteria da estação de Shibuya, com um poema gravado em um cartaz intitulado “Linhas para um cão leal”.
Como resultado, a cerimônia de inauguração contou com a participação do neto do professor Ueno e uma multidão de pessoas.
Hachiko esperou seu dono por 9 anos
O cão exemplar envelheceu, tornou-se muito fraco e sofria de problemas no coração.
Na madrugada de 8 de março de 1935, com idade de 11 anos e 4 meses, ele deu seu último suspiro no mesmo lugar onde por anos a fio esperou pacientemente por seu dono.
Por fim, seu tempo total de espera foi de nove anos e dez meses.
A morte de Hachiko estampou as primeiras páginas dos principais jornais japoneses e muitas pessoas ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto foi declarado.
Aliás, seus ossos foram enterrados na sepultura do professor Ueno, no Cemitério Aoyama, Tokyo.
Por outro lado, durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de material bélico, todas as estátuas foram confiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko.
Hachiko e sua nova e definitiva estátua
Posteriormente em 1948, formou-se a “The Society For Recreating The Hachiko Statue” entidade organizada em prol da recriação da estátua.
Então, Tekeshi Ando, o filho de Teru Ando foi contratado para esculpir uma nova estátua.
Sobretudo, a réplica foi reintegrada no mesmo lugar da estátua original, em uma cerimônia realizada no dia 15 de agosto.
A história de Hachiko atravessa anos, passa de pai para filho, sendo até mesmo ensinada nas escolas japonesas – no início do século para estimular lealdade ao governo, e atualmente, para exemplificar e instilar o respeito e a lealdade aos anciãos.
Aliás, todos os anos, no dia 8 de março, ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tokyo.
São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à lealdade e devoção de Hachiko.
Ao nascimento de uma criança, a família recebe uma estatueta de Akita como desejo de saúde, felicidade e vida longa. O objeto também é considerado um amuleto de boa sorte. Quando há alguém doente, amigos dão ao enfermo esta estatueta, desejando pronta recuperação.
Por causa desse zelo, a raça Akita se tornou Patrimônio Nacional do povo japonês, tendo sido proibida sua exportação.
Enfim, se algum proprietário não tiver condições financeiras de manter seu cão, o governo japonês assume sua guarda.
Como chegar à estátua de Hachiko em Shibuya?
É provável que muitos não imaginem que a estátua está imersa dentro de outro cartão postal de Tokyo!
Em Shibuya prepare-se para ver cenas que fogem do cotidiano, cosplayers, fãs de animes ou até mesmo turistas fazendo uma passeio de kart pela capital do Japão!
Shibuya – maior e mais concorrida travessia de pedestres do mundo e a pequena praça com a estátua do Hachiko estão lado a lado, veja abaixo:
Então, se estiver de trem, basta descer na Estação Shibuya e seguir as indicações para o Hachiko Gate, não tem como errar!
Além disso, você verá um lindo mosaico em sua homenagem logo na saída da estação:
Por fim, não se assuste com a quantidade de pessoas que você verá na frente do painel.
Hoje em dia ele virou um famoso ponto de encontro das pessoas!
Endereço atual da estátua de Hachiko em Shibuya
〒150-0043, 1 Chome-2 Dōgenzaka, Shibuya-ku, Tōkyō-to, Japão
Veja também o mapa.
Dias e horário de funcionamento:
Todos os dias, 24 horas por dia
Taxa de visitação:
Totalmente gratuito
Aliás, existe uma nova estátua de Hachiko na Universidade de Tokyo e que já fomos visitar.
Confira no tópico as dicas de como chegar até lá!
Eu já conhecia um pouco da história de Hachiko mas você deu novas informações, bem interessantes e completas. É algo que quero ver no Japão quando for 🙂 A história é linda e triste ao mesmo tempo 🙁
Mariana, não tem como ler a história do Hachiko ou ver o filme “Sempre ao seu lado” sem cair um cisco no nosso olho né? hehehehe
A história é triste mesmo!
Mas, sempre a gente consegue extrair as coisas positivas!
Um super 2019 pra ti!
Onde eu vivo que não sabia da existência do Hachiko?! Que história linda de lealdade e amor.. os animais mostrando sempre isso tudo pra gente. Não é a toa que ele ficou famoso no Japão e no mundo.
Olá Laís,
E os japoneses adoram manter a lenda na memória!
São sempre uns lugares muito bem cuidados.
Tanto a estátua de Shibuya, quanto a mais nova estátua do Hachiko na universidade de Tokyo!
Um super 2019 pra ti!
Hachiko, um fofooo! Eu nem sabia que de toda essa história por trás. Adorei! E me lembrou o restaurante japonês de mesmo nome no centro do Rio de Janeiro.
Super fofo, Anna!!
E a raça de cães Akita é muito linda!
No Japão é comum ver também os cães da raça Shiba, que é outra que os japoneses adoram!
Obrigado pela visita!
Eu vi a versão americana desse filme e MORRI de chorar! É muito linda a história, eu adoraria visitar a estátua do Hachiko. Adorei seu post com todas as dicas, obrigada 🙂
É impossível ver o filme sem cair um cisco no olho, né, Gabriela? risos
Aproveito pra desejar um super 2019 pra vc!
Nossa, essa história é tao emocionante, eu nem consegui ver o filme todo, heheh. Muito legal saber que tem um monumento a Hachiko no Japão, eu não sabia.
Michelle,
É um daqueles filmes que amolece qualquer durão. heehhehe
O Hachiko até hoje é um simbolo no Japão e arrisco dizer que super história será lembrada pra sempre!
Um ótimo começo de 2019 pra ti!
É de fato uma linda história da lealdade do Hachiko. Eu já havia ouvido falar dele, mas somente agora pude ler. Também me emocionei muito com a atitude desse fiel cachorro.
Maurinho, muito obrigado pela visita ao blog!
O povo japonês tem verdadeira adoração ao Hachiko, já fui pedalando lá numa madrugada e mesmo assim havia gente tirando fotos. ehehheeh
Grande abraço!
Obrigada ! Amei conhecer melhor a história deste cão incrível que sou muito fã, e, ainda saber que o sábio povo japonês o homenageia até os dias de hoje. Não poderia ser diferente se tratando de um País que valoriza o seu povo e princípios tão importantes como lealdade, amizade, honestidade, respeito. Muito obrigada!
Andréa, agora que estou ficando mais tempo em Tokyo do que no Brasil, sempre que posso, pego a bicicleta e vou até a universidade de Tokyo ou então Shibuya, pra matar saudade do Hachiko!
E esse povo aqui sempre me surpreende com a educação, cultura e respeito. Realmente um povo muito querido!
Uma ótima semana para ti!
Linda história deste fiel cãozinho que dedicou tamanho amor ao seu dono..
Impossível não se emocionar..impossível!!.
Meiri, sou tão suspeito para falar, que toda vez que passo em frente a estátua faço questão de ir lá visitá-lo!
A história é realmente sem igual!
Obrigado pela visita e uma super semana!